Aos 12 anos de idade, Eduarda Fassina Silva acredita que já leu 240 livros, 100 deles em 2017. Ela passou a contar as obras que lê há pouco mais de dois anos. Moradora de Porto Alegre, a adolescente foi incentivada pela mãe a ter gosto pela leitura desde pequena.

“Eu estava sempre lendo alguma revista, gibi, só que eu comecei a querer ler livros mais grossos. Desde pequenininha mesmo. Parece que quanto mais você lê, mais você tem prática, você lê mais rápido, como eu leio”, conta.

Nesses últimos anos, Duda passou a compartilhar suas experiências na internet, em um blog e também em redes sociais. “Eu nunca imaginei. Só tinha feito isso e não esperava que as pessoas retribuíssem o meu trabalho”, diz.

“Eu só escrevia para as pessoas olharem, verem se gostavam do livro e talvez comprassem. Mas as pessoas começaram a me indicar livros, pedir para fazer resenhas de livros, e eu fazia enquetes, lia em conjunto, tinha uma pessoa que queria ler um livro e eu lia junto com ela, a gente debatia. Agora eu estou interagindo bastante com as pessoas que gostam de ler no meu Instagram”, acrescenta.

A incentivadora de Duda faz de tudo para manter a filha rodeada pelo que ela mais gosta.

“Ela prefere livros, então, em vez de ter roupas de marca, tênis, ela escolhe livros, sempre. Compro parcelado, procuro sebo, troco com amigas, a gente vai tentando”, conta a mãe Angélica Fassina.

A adolescente elenca os motivos de gostar tanto de ler.

“Eu acho que quem lê tem mais vocabulário, mas eu acho que eu fico mais criativa com as leituras, eu consigo pensar em histórias, criar teorias dos livros. Acho que desenvolve uma parte da mente que as pessoas que não leem não desenvolvem muito”, analisa.

Uma ida à Feira do Livro de Porto Alegre, que vai até o próximo dia 19 de novembro, faz Duda se sentir no paraíso. A reportagem da RBS TV acompanhou uma ida dela ao local.

Para especialistas que circulam pela feira, o fascínio de Duda pelos livros é resultado do incentivo à leitura.

“É preciso que desde a barriga a criança seja estimulada com leitura de histórias, contação, que a família converse com esse bebê dentro da barriga, banhe essa criança de histórias. Depois que ela nasce, é fundamental que se continue essa prática (…) Contar como foi a origem do nome da criança, contar outras histórias da família, que seja livre e circule no ambiente familiar, para que ela tenha essa referência quando chegar à escola”, sustenta a coordenadora do Núcleo de Formação de Mediadores da Câmara Rio-Grandense do Livro, Ana Paula Cecatto.

 

Fonte: G1