Você está viciado em sua nova série favorita da Netflix, enquanto aquele romance na sua mesinha de cabeceira está acumulando poeira?
Muitas pessoas estão nessa situação, segundo um estudo alemão publicado no dia 07 de junho, que mostra a redução “dramática” dos leitores de livros, porque as pessoas gastam mais tempo na internet.
O número de pessoas que compram livros na Alemanha caiu cerca de 18% entre 2013 e 2017, indicou o estudo, realizado a pedido da Associação de Editores e Livreiros Alemães.
A queda foi ainda maior, de 24% a 37%, entre as pessoas de 20 a 50 anos, o grupo etário que dedica mais de três horas por dia à internet.
“Há cada vez mais pressão social para reagir constantemente e estar ligado para não ficar para trás” na internet, indica Alexander Skipis, chefe da Associação, em um comunicado que acompanha o estudo, intitulado “Compradores de livros, aonde estão indo?”.
Serviços de streaming como a Netflix, com suas séries de televisão dignas de maratona, estão “exercendo uma grande atração”, e com frequência substituem os livros como passatempo, acrescentou.
Os resultados do estudo são sombrios para a leitura em um país que se orgulha de seus níveis nesse campo e é a sede da maior feira de livros do mundo, a Feira do Livro de Frankfurt.
O estudo, para o qual a empresa de pesquisas GfK entrevistou 25.000 pessoas, revela que a crença de longa data de que um de cada dois alemães é um comprador de livros já não é algo atual.
No ano passado, apenas 44% dos alemães de mais de dez anos, ou seja, 29,6 milhões de pessoas, compraram um livro.
Mas em um ponto mais favorável para a indústria, o estudo mostrou também que os que continuam sendo devoradores de livros estão lendo e comprando mais que antes.
O cliente médio comprou 12 livros no ano passado, mais que os 11 de 2013. A quantidade total de compra média subiu de 117 euros a 137 euros.
A história é similar para os e-books, pois os clientes diminuíram 8% entre 2016 e 2017, a 3,5 milhões, mas a quantidade de títulos comprados por pessoa cresceu.
Em reação aos resultados, a Associação de Editores e Livreiros indicou que pode aproveitar a oportunidade para apresentar os livros como um antídoto ante o frenesi atual do mundo digital.
“O público busca se desconectar”, acrescentou Skipis. Todos os grupos de idade estão tomando uma atitude “muito positiva” ante os livros.
Alguns dos entrevistados fizeram sugestões sobre como incorporar melhor os livros em sua vidas.
Isso vai desde aplicativos que façam recomendações personalizadas até encontros entre leitores e autores para tornar a experiência de leitura mais interativa, ou colocar os livros em lugares inesperados, como academias de ginástica.
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Fonte: Estadão | AFP
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