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Aplicativo adapta clássicos para despertar gosto pela leitura

Com oito livros interativos publicados, todos adaptações de clássicos da literatura, o aplicativo Storymax usa a tecnologia dos smartphones e tablets para contar histórias. Tudo pensado para desenvolver o gosto pela leitura no público infanto-juvenil. A ideia foi de dois profissionais da área editorial, a jornalista e editora Samira Almeida, e o designer e ilustrador Fernando Tangi, que, juntos, decidiram que era hora de trazer um novo formato para o mercado. A primeira história foi “Frankie for Kids”, de 2013. A adaptação de “Frankenstein”, de Mary Shelley, fala sobre a dificuldade das pessoas de lidar com as diferenças, o que leva ao bullying. “Percebemos que a experiência de leitura estava mudando. Quisemos projetar livros interativos que combinassem com isso. Usamos o potencial das diversas formas de leitura, como texto, arte, animação, efeitos de som e trilha sonora para transformar tudo isso em uma experiência de uso só”, diz Samira. O livro ficou em 2o lugar na categoria digital e interativa do Festival comKids Prix Jeunesse Iberoamericano 2013 e levou ainda o Prêmio Artes Digitais e Aplicativos Educacionais, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Depois, vieram outros livros interativos, sempre publicados como aplicativos independentes, a maioria em português, inglês e espanhol e um deles também em alemão, todos disponíveis para Android e iOS. “Via Láctea”, adaptado de um poema de Olavo Bilac, fala do autor brasileiro expoente do Parnasianismo. O livro ganhou o prêmio Jabuti de literatura em 2015, ficando em 2o lugar na categoria Infantil Digital. “Nautilus”, baseado na obra “Vinte Mil Léguas Submarinas”, de Jules Verne, também levou o Jabuti em 2017, na mesma posição e categoria. A história é um incentivo ao desenvolvimento do pensamento inovador, segundo Samira. “A principal razão de adaptar clássicos é que eles falam de coisas relevantes. O tempo passou e continuam falando. Faz sentido para todo mundo conhecer”, explica. Três histórias fazem parte de uma coleção sobre os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas), criadas em parceria com a empresa de biotecnologia Novozymes e educadores do Sesi-PR. “Frritt-Flacc”, de Jules Verne, é um conto de suspense e terror que discute a mesquinhez e trata da ODS 1, que busca a erradicação da pobreza. O livro foi selecionado pela Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio 2016 pela excelência em literatura infantil em juvenil. “Ostras”, adaptação de um conto do russo Anton Tchékhov, fala da fome e discute a ODS 2, erradicação da fome e agricultura sustentável. “O Rei do Rio de Ouro”, de John Ruskin, trata da ODS 6, água limpa e saneamento. Há ainda “St. Ives”, tradicional cantiga inglesa que é uma charada e trabalha a importância da leitura do enunciado antes de tentar resolver um problema. Já “Literatour”, criado em parceria com o Goethe-Institut São Paulo, traz quatro histórias inspiradas em clássicos alemães para treinar o idioma e falar da cultura do país. Além de terem o objetivo principal de desenvolver o gosto pela leitura, as histórias contadas pela Storymax querem levar crianças e jovens à reflexão, ação e busca da transformação social. Para isso, todos os aplicativos trazem conteúdo extra sobre os autores e sobre o tema discutido e propõem atividades educativas. “A relação com a arte serve para olhar para ela e pensar sobre você e como lida com as pessoas e com o mundo. Serve para conhecer o passado, pensar o presente, imaginar o futuro e fazer algo em relação a isso”, afirma Samira. A ideia, segundo a jornalista, é que exista uma mediação no uso dos livros. “Por uma crença particular, não quero tirar o espaço do mediador, que pode ser um professor, o pai, o avô. Falamos de temas relevantes, que trazem reflexão. Precisa trocar. Gosto de deixar espaço para fazerem junto com a criança. Acredito que isso é muito importante”, diz Samira. As histórias já tiveram cem mil leitores no mundo até hoje, sendo que 40 mil deles estavam em ambientes escolares formais. O restante eram usuários independentes. Um terço deles lê o livro assim que faz o download, segundo Samira. Os títulos já foram baixados em todos os estados brasileiros e num total de 67 países, incluindo locais com extrema pobreza e zonas de conflito. “Temos leitores até no Paquistão”, conta Samira. O aplicativo tem uma parceria com um sistema de ensino – cujo nome não divulga – e que introduziu as histórias em escolas dos Estados Unidos. No Brasil, busca parcerias com outras instituições de ensino além do Sesi-PR, onde os aplicativos são usados em uma oficina optativa para os estudantes. “Comecei a receber vídeos dos alunos. Consegui ver o ciclo do produto. É maravilhoso ver que o que você criou e sonhou está acontecendo. É demais”, afirma Samira. Sobre o contato com a educação formal, a jornalista explica que a dificuldade é conseguir emplacar o uso de um dos livros em algum projeto-piloto nas escolas. “O Brasil tem sido muito desafiador. É um mercado sazonal. Tem que acertar o período certo para falar com pessoas”, diz. Além disso, segundo Samira, as escolas mantêm o uso de apostilas como algo muito enraizado. “Acontece muito de ouvirmos a questão de não ter tablets na escola. Falamos que os alunos têm smartphones. Falamos que gostam de usar e querem usar. O pior veneno é a apostila. Dizem que o aplicativo é legal, mas precisam usar apostila porque os pais cobram. Este é um ciclo bizarro da educação. Quero acreditar que isso vai mudar.” Parcerias Dois dos livros são vendidos nas lojas de aplicativos. “Frankie for Kids” sai por 16,90 e “Via Láctea” custa R$ 9,90. As outras histórias são gratuitas, assim como o aplicativo Storymax. Uma delas, “St. Ives”, é gratuita mas tem conteúdos pagos dentro. A publicação gratuita é possível por meio de parcerias com instituições privadas e pelo financiamento público, com uso de editais, e funciona como atrativo para que os usuários conheçam os livros e se disponham a comprar aqueles que são pagos. A empresa também contou com incentivos de programas de aceleração de startups dos quais participou, como o Seed (Startups and Entrepreneurship Ecosystem

7ª Paraliteratura: Feira de Incentivo à Leitura de Pará de Minas

A 7ª Paraliteratura: Feira de Incentivo à Leitura de Pará de Minas está de volta ao calendário de eventos da cidade em 2017. A edição deste ano está agendada para os dias 12 a 14 de abril. A Praça Torquato de Almeida será o palco principal do evento que tem como subtema “Somos uma só espécie e muitas culturas”. A programação traz bate-papo com escritores, contação de histórias, apresentações artísticas, lançamento de livros e muito outras atrações culturais gratuitas. Quem passar pela feira também poderá adquirir livros a preços populares. Para ver a programação acesse aqui.  

Inscrições abertas para o Prêmio Ricardo Oiticica 2018

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Ricardo Oiticica 2018, que tem o objetivo de reconhecer e premiar ações de promoção da leitura em iniciativas públicas e/ou privadas, em espaços diversos e em múltiplas linguagens. São duas categorias: Oralidade: valoriza a arte de contar histórias Mediação: apresenta projetos de formação de mediadores Os interessados em concorrer devem se inscrever até o dia 30 de maio, neste site.

Livros clássicos são os preferidos entre leitores que frequentam a Biblioteca Pública de Ribeirão Preto

As histórias clássicas são as preferidas entre os leitores de Ribeirão Preto. A informação foi passada com base nos livros mais emprestados do município em 2017, na Biblioteca Municipal Guilherme de Almeida, localizada na Casa da Cultura. A biblioteca é, atualmente, a principal gerida pelo governo municipal – as demais são geridas por terceiros. De acordo com o bibliotecário Alexandre, o livro “Sagarana”, de João Guimarães Rosa, foi o mais emprestado em 2017. No último ano, ele foi retirado da biblioteca 13 vezes. Já as obras “Vidas Secas”, “O cortiço”, “Droga do Amor” e “A cidade e as serras”, respectivamente, foram os outros quatro livros mais procurados na biblioteca municipal. Em média, 483 livros foram emprestado na Casa da Cultura. “Já em 2018, apenas ‘Droga do amor’, de Pedro Bandeira, continua entre os mais procurados. No primeiro trimestre, a obra, ao lado de ‘Triste fim de Policarpo Quaresma’ e ‘A moreninha’, é a mais lida pelas pessoas”, fala Alexandre. Pedro Martins é fã da leitura desde sempre. Os livros preferidos do jovem são “Harry Potter”, “As vantagens de ser invisível” e “Memórias póstumas de Brás Cubas”. “Independentemente do gênero e do modernismo da obra, eu enxergo a leitura como entretenimento. Assim como filmes, peças teatrais e até mesmo músicas, livros contam histórias – e algumas dessas vão além da diversão e mudam nossas vidas. ‘Harry Potter’ fez isso ao me introduzir num universo mágico que deu um rumo inesperado na minha vida, da mesma forma que ‘Capitães da Areia’ e ‘Morte Súbita’ mudaram minha compreensão da sociedade. Depois de ler esses livros, eu não era mais o mesmo. Eles me tiraram de uma bolha e me transformaram”. Já Ângela Bispo conta que a leitura é fundamental para compreender o mundo em que vive atualmente. “Sendo assim, para nos mantermos informados, realizamos leituras das notícias diárias. Para aguçar a imaginação e fugir da rotina árdua de trabalho, tenho optado pelos clássicos da literatura, que antes não tinha o mínimo interesse de ler, seja pela dificuldade de compreender a linguagem e contexto histórico, seja pela imposição dos professores que não me despertaram o gosto pela leitura. Recentemente li ‘Olhai os lírios do campo’, ‘O quinze’ e ‘O cortiço’. Amei cada um. Atualmente me divirto com as crônicas de Luís Fernando Veríssimo em Comédias para se ler na escola e indico ‘O homem trocado’”, diz. Por fim, Anderson J. Melo diz que gosta de leitura diversas. “Às vezes leio obras técnicas, relacionadas a minha profissão, por curiosidade e também para praticar o hábito da leitura. Como sou usuário de ônibus coletivo, gosto de aproveitar esse tempo para ler. Nisso eu incluo livro físico, livro digital e áudio livro também. Terminei um semana passada e já estou procurando outro. Creio que a leitura ajuda e muito no vocabulário, e também nos ajuda a expressar nossos pensamentos”, finaliza.   Fonte: Revide

“Se você não ler, como quer fazer seu filho ler?”, diz dono da Livraria Cultura

Presidente do Conselho de Administração da Livraria Cultura, Pedro Herz lançou recentemente seu livro de memórias “O Livreiro”, em que conta como uma das maiores redes de livrarias do Brasil nasceu de uma biblioteca de 10 livros em alemão. Eva Herz (1911-2001), mãe de Pedro, imigrante judia alemã radicada no Brasil, começou uma biblioteca circulante para atender à comunidade de expatriados em São Paulo e expandiu o negócio até abrir uma livraria em 1947. Herz, que assumiu a empresa na sequência da mãe, esteve em Porto Alegre para sessão de autógrafos conversou com ZH sobre o mercado atual, recentes aquisições da Cultura (como a Fnac e a Estante Virtual) e o que considera o grande problema de qualquer livraria no Brasil: o descompasso na formação de novos leitores. Com mais de meio século de atuação como livreiro, como o senhor vê o panorama atual? Qual a principal mudança? Acho que a mudança que existe hoje não é apenas no mercado do livro. O livro é um produto de varejo e é o varejo que está passando por grandes mudanças sem que o caminho seja muito claramente sinalizado. Ninguém sabe direito para onde vai. Quando você fala do varejo, esbarra também no modelo dos shopping centers, você vê a grande quantidade de lojas, de quaisquer produtos, vazias. Este é o problema: o consumidor está mudando de hábitos. Especificamente no livro, não há formação de novos leitores, e leitor se forma em casa. A familiarização do livro com a criança é em casa. A escola pode ajudar, mas é em casa que isso se define. E os casais estão tendo menos filhos. Com mais de meio século de atuação como livreiro, como o senhor vê o panorama atual? Qual a principal mudança? Acho que a mudança que existe hoje não é apenas no mercado do livro. O livro é um produto de varejo e é o varejo que está passando por grandes mudanças sem que o caminho seja muito claramente sinalizado. Ninguém sabe direito para onde vai. Quando você fala do varejo, esbarra também no modelo dos shopping centers, você vê a grande quantidade de lojas, de quaisquer produtos, vazias. Este é o problema: o consumidor está mudando de hábitos. Especificamente no livro, não há formação de novos leitores, e leitor se forma em casa. A familiarização do livro com a criança é em casa. A escola pode ajudar, mas é em casa que isso se define. E os casais estão tendo menos filhos. Qual seria uma receita sua para fazer um leitor? Eu digo: se você não ler, como quer fazer seu filho ler? Essa é a frase que deveríamos repetir para todos os pais. Se eles não dão o exemplo de ficarem confortavelmente sentados, em silêncio, porque ler é, na maioria das vezes, uma atividade solitária, se ele não consegue fazer isso, não vai convencer seus filhos de que aquilo é importante. Leia a entrevista completa de Pedro Herz à Gaúcha ZH.   Fonte: Gaúcha ZH

Rio Grande do Sul realiza Semana Estadual do Livro 2018

As secretarias de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer e a de Educação do Rio Grande do Sul e a Câmara Rio-Grandense do Livro promovem, de 18 a 24 de abril, a “Semana Estadual do Livro e do Incentivo à Leitura“, instituída pela Lei 14.673/2015, que estabelece que todas as escolas da Rede Estadual de Ensino e as bibliotecas públicas estaduais devem promover ações que coloquem o livro, a leitura e a literatura em destaque. Também podem aderir ao evento – que marca a passagem do Dia Nacional do Livro Infantil (18 de abril, nascimento de Monteiro Lobato) e do Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor (23 de abril, falecimento de Cervantes e de Shakespeare) – escolas de outras redes de ensino, bibliotecas em geral, livrarias, empresas, autores e quaisquer outros interessados. Saiba mais sobre o evento neste endereço.

Menina paquistanesa de 13 anos cria projeto para ler um livro de cada país

Tudo começou em março de 2016. “Eu olhei para minha prateleira e notei que algo estava faltando”, conta Aisha Esbhani, paquistanesa de 13 anos, da cidade de Karachi. Depois disso, a menina decidiu ler uma obra de cada país do mundo, para conhecer autores e culturas diferentes, já que a maioria de seus livros vinham dos Estados Unidos ou do Reino Unido. A garota se inspirou em Ann Morgan, que também fez esse desafio, mas, diferente de Morgan, Aisha não estipulou um tempo limite para o desafio: “Quero explorar cada país, não apenas ler o livro”, afirma ela em entrevista à revista Galileu. Para escolher as obras, Aisha criou uma página no Facebook, onde busca dicas de leitores de todo o mundo. Além disso, os pais dela sempre se certificam de que o livro é apropriado para sua idade. “Se eu posso escolher, opto por ficções de guerra e não ficções, já que esse é meu gênero preferido”, diz a paquistanesa. Entretanto, não é tão fácil encontrar livros de todos os países no Paquistão. “Conheço apenas duas livrarias que têm livros de outros países (mas apenas de alguns), e, agora, depois de completar 80 nações, não consigo achar mais nada”, revela a leitora. Além disso, não é fácil comprar pela internet, já que muitas lojas não entregam ou cobram um frete muito alto para entregar as encomendas em seu país. Por isso, Aisha desenvolveu um esquema: “Encomendo os livros e peço para entregarem na casa de algum parente ou amigo que virá para o Paquistão em breve”. A “turnê” de Aisha já passou pelo Brasil. Daqui, ela leu O alquimista, de Paulo Coelho: “Sempre me disseram que ele é um ótimo escritor, mas eu nunca tinha tido a oportunidade de ler. (…) Confie em mim, é um dos melhores livros já escritos!”, afirma a garota. Ela também diz que pretende ler mais livros brasileiros, mas só depois que completar seu desafio. Além disso, Aisha quer ler autores não tão populares: “Quero apreciar todos aqueles autores que merecem mais atenção do que recebem!” A garota já leu muitos clássicos, como O sol é para todos, da americana Harper Lee, e Cem anos de solidão, do colombiano Gabriel García Márquez. Agora ela está lendo o grego Seven lives and one love: memoirs of a cat (Sete vidas e um amor: memórias de um gato, em tradução livre), de Lena Divani. Sua indicação para o público brasileiro é um livro do Paquistão: The Wandering Falcon (O falcão errante, em tradução livre), de Jamil Ahmad. Para Aisha completar o desafio ainda faltam 117 livros. “Sei que esse é um número muito alto, mas estou determinada a alcançar minha meta”, conclui a paquistanesa.   Fonte: Revista Galileu

Juliano Spyer: ““Classe C não usa Facebook para mobilização política, mas a rede motiva o jovem pobre a ler e escrever”

O antropólogo Juliano Spyer mergulhou no cotidiano de um povoado no norte da Bahia por 15 meses. Instalou-se, criou laços, adicionou e foi adicionado em centenas de contatos no Facebook e em seus grupos de WhatsApp. Passou a compartilhar os dramas sociais, enredos amorosos e memes da paisagem real e virtual, tanto pública quanto privada, da comunidade de cerca de 15.000 habitantes cujo nome ele preferiu preservar. O resultado da incursão, seu doutorado na University College London (UCL), no Reino Unido, se transformou no recém-lançado Social Media in Emergent Brazil, um dos estudos qualitativos mais completos disponíveis (o download é livre e uma versão em português deve sair em 2018) de como as classes populares no Brasil usam e incorporam a Internet e as redes sociais. A obra faz parte de uma série da universidade britânica que compara o panorama em nove países. Na entrevista abaixo, Spyer aponta um abismo que separa o tipo de uso político das redes nas classes mais abastadas e nos estratos mais pobres do país e fala do impacto dos evangélicos nessas comunidades. O grupo impressionou tanto o autor que ele já prepara novo livro sobre o tema que, por ora, leva o título Crentes, uma revolução popular brasileira. Leia a entrevista completa no site do El País.   Fonte: El País

Amantes dos livros tomam iniciativa de disseminar conhecimento abrindo os próprios centros de leitura

O amor pelos livros e, principalmente, pela história de Minas fez com que o historiador e professor Amilcar Vianna Martins Filho reunisse ao longo da vida um acervo bibliográfico de peso. Em 2001, quando criou o Icam, instituto cultural que homenageia seu pai, o parasitologista e pesquisador Amilcar Vianna Martins (1907-1990), ele decidiu levar a sua coleção para lá. “Inicialmente, o Icam funcionou no Edifício Acaiaca, no Centro, e desde 2010, temos uma sede própria na Rua Ceará, no Funcionários. O instituto promove uma série de atividades, mas o carro-chefe é a biblioteca”, comenta Amílcar. Além de se caracterizar como uma biblioteca de referência e pesquisa, o espaço é um importante centro de preservação do patrimônio cultural bibliográfico do estado. A Coleção Mineiriana do Icam reúne hoje cerca de 14 mil títulos, entre livros, opúsculos e periódicos, sobre a história e a cultura mineiras. Ali é possível encontrar volumes sobre história, cultura, política, arquitetura, culinária, biografias de mineiros ou escritas por mineiros, além de romances. O acervo é aberto à comunidade, mas as consultas devem ser feitas in loco. “Geralmente, quem vem são historiadores, professores, estudantes ou pessoas que estão desenvolvendo pesquisas sobre algum aspecto da história de Minas. Mas a biblioteca é aberta a qualquer um”, frisa. O espaço é dividido em duas partes – uma com as obras correntes, que vão de 1940 até hoje (a maior parte do acervo) e a outra com obras raras, que ele chama de “a joia da coroa” (1,8 mil exemplares), incluindo publicações dos séculos 18, 19 e 20 (até 1940). “Temos obras raríssimas aqui. Até livros conhecidos como ‘cabeça de bacalhau’, aqueles que todo mundo sabe que existe, mas ninguém nunca viu”, diz o historiador. Entre as raridades está Triunfo eucarístico, publicada em 1734, sobre a festa realizada em Vila Rica no ano anterior para a inauguração da Matriz do Pilar. Outro tesouro é o livro Áureo trono episcopal, publicado em 1749, sobre a chegada do primeiro bispo a Mariana. “São dois livros raríssimos e fundamentais para o estudo da história de Minas Gerais dos setecentos”, pontua. “Recentemente, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura) divulgou que a coleção de obras raras da nossa biblioteca foi contemplada com o título Memória do Mundo. É o primeiro acervo bibliográfico brasileiro a receber tal honraria. Ela virou um patrimônio do mundo”, celebra. Mercearioteca Em 2014, o geógrafo João Alves da Silva Filho comprou uma mercearia no Padre Eustáquio, na Região Noroeste de BH. Os livros sempre fizeram parte da sua rotina e da mulher, a jornalista e escritora Leida Reis, e foi então que os decidiram levar uma parte do acervo para o estabelecimento. Nascia assim a Mercearioteca. “A gente acabou vendendo a mercearia, e o novo dono não levou o projeto adiante. Mas a ideia proliferou. Começamos a levar os livros para outros pontos comerciais”, conta Leida. Hoje, há três unidades de Mercearioteca no Padre Eustáquio (Auto Escola Padre Eustáquio, Bar Tudo no Ponto e Alonsos’Burguer), além do São Lucas (Cantina do Sorriso), e outra em Patrocínio, no interior de Minas. “Acredito que o livro de papel ainda tem muita vida, é um objeto que instiga o leitor. O empréstimo é meio informal, mas tudo que é feito para estimular a leitura é sempre positivo”, afirma Leida, que se prepara para lançar seu primeiro livro infantil em abril, As árvores invisíveis. Universidades permitem consultas a seus acervos As 25 bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) são abertas à visitação da comunidade, que pode usar os espaços de estudo, visitar as exposições e participar de outros eventos abertos ao público. No entanto, o empréstimo domiciliar de livros pode ser feito apenas por pessoas com vínculo com a universidade, mediante apresentação da carteirinha institucional. As pessoas sem vínculo com a UFMG têm a opção de fazer o empréstimo rápido, que permite a retirada do material da biblioteca por duas horas, e é realizado mediante preenchimento de formulário e retenção de documento de identidade durante o período de empréstimo. As bibliotecas da PUC Minas também são abertas ao cidadão para uso interno do espaço físico e dos conteúdos. O empréstimo não é liberado à comunidade, mas é disponibilizado todo o suporte na localização e acesso à informação, assim como a possibilidade de cópia do material, respeitada a Lei de Direitos Autorais. Já a Biblioteca da Academia Mineira de Letras, que possui aproximadamente 35 mil livros, ainda não está aberta à comunidade. Está em desenvolvimento o projeto de organização da Biblioteca da AML, com o objetivo de disponibilizar parcialmente o acervo, a partir de 2019, a pesquisadores das áreas de literatura, história e política social de Minas Gerais e do Brasil. Fora da prateleira Veja onde encontrar as bibliotecas não convencionais: » MERCEARIOTECAS – Auto Escola Padre Eustáquio. Praça do Nino, Padre Eustáquio, (31) 3462-0339. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h. – Bar Tudo no Ponto. Rua Curral Del Rey, 142, Padre Eustáquio, sem telefone. Funciona diariamente, das 12h às 23h. – Alonsos’Burguer. Rua Curral Del Rey, 331, Padre Eustáquio, (31) 3412-1342. Funciona diariamente, das 17h às 2h. – Cantina do Sorriso. Rua Visconde de Taunay, 263, São Lucas, (31) 2515-3559. Aberto de segunda-feira a sábado, das 10h às 15h. » BIBLIOTECA DO INSTITUTO CULTURAL AMILCAR MARTINS Rua Ceará, 2.037, Funcionários, (31) 3274-6666. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h   Fonte: UAI

Biblioteca de São Paulo debate livro que deu origem à série The Handmaid’s Tale

A aclamada série The Handmaid’s Tale, vencedora do Globo de Ouro 2018 e do Emmy 2017, começou a ser transmitida no Brasil há pouco tempo, na TV paga, no Paramount Channel. A segunda temporada chega em 25 de abril, no serviço de streaming Hulu, mas ainda não disponível por aqui. Baseada no livro O Conto da Aia, de Margaret Atwood, mostra a história de uma sociedade totalitária, em uma distópica Gilead – o antigo Estados Unidos; no livro, é uma espécie de Nova Inglaterra. Desastres ambientais, taxas de natalidade baixíssimas, um regime fundamentalista cristão, uma guerra civil ainda em curso são os ingredientes da trama. Em meio ao caos, as mulheres são consideradas de uma casta inferior, absolutamente subjugadas, violentadas e reféns do Estado: não podem sequer ler. Aliás, na obra de Atwood, livros e jornais não existem: tudo foi queimado, assim como a inexistência de universidades. O livro foi publicado em 1987, e também já virou filme, mas ganhou novo fôlego com a série estrelada pela incrível (e também vencedora dos prêmios) Elisabeth Moss, no papel da protagonista June Osborne – ou Offred, como são chamadas as mulheres propriedades de homens daquele lugar. Um futuro, certamente, absurdo, mas que guarda relações com muitas situações que mulheres no mundo inteiro vivem. Para discutir a obra de Margaret Atwood, a Biblioteca de São Paulo promove nesta quinta-feira (29/3), às 15h, o Clube da Leitura. O debate vai levantar questões sobre liberdade, direitos civis, poder, o frágil mundo que habitamos, o futuro e, sobretudo, o presente. O encontro é gratuito e não é necessário fazer inscrição. A Biblioteca de São Paulo está localizada na Av. Cruzeiro do Sul, 2.630. Fonte: Jornal SP Norte, Bruno Viterbo