Jornada internacional “Bibliotecas em Diálogo” acontece em Buenos Aires
A jornada internacional Bibliotecas en Diálogo: Iniciativas Innovadoras para la Inclusión acontece este ano nos dias 4 e 5 de maio, em Buenos Aires, capital argentina, com parceria do Goethe-Institut. As informações estão no site: www.goethe.de/bibliotecasendialogo. Acompanhe a seguir o convite do evento:
Você sabia que existe uma biblioteca só de desenhos?
A página BuzzFeed Brasil divulgou um vídeo da Biblioteca de Artes do Brooklyn, totalmente dedicada a cadernos de esboços. A publicação já tem mais de 5.200 curtidas e mais de 5.592 compartilhamentos nas redes sociais até o momento. “Que incrível! Um lugar perfeito para pegar inspirações!”, postou a usuária Cecilia Ramos. “É isso que dá sentido à vida”, escreveu o usuário Dan Lemos. Em geral, as postagens dos usuários são elogios à ideia da biblioteca, no qual amigos marcam amigos que desenham ou que atuam na área para que vejam a novidade. Segundo o vídeo, desenhos de grupos de estudantes do Sudão podem ser encontradas na mesma estante onde estão as obras de ilustradores profissionais de Nova York. Além disso, a gravação informa que qualquer um pode fazer um caderno de esboços e depositá-lo na biblioteca. Do melhor ao pior artista, todos são bem-vindos. “Não se trata de ser artista, mas de ter pensamentos criativos”, diz o narrador do vídeo. “Esta é uma experiência física análoga”, completa. Assista a publicação a seguir:
‘Fico mais criativa com as leituras’, diz menina gaúcha de 12 anos que já leu 240 livros
Aos 12 anos de idade, Eduarda Fassina Silva acredita que já leu 240 livros, 100 deles em 2017. Ela passou a contar as obras que lê há pouco mais de dois anos. Moradora de Porto Alegre, a adolescente foi incentivada pela mãe a ter gosto pela leitura desde pequena. “Eu estava sempre lendo alguma revista, gibi, só que eu comecei a querer ler livros mais grossos. Desde pequenininha mesmo. Parece que quanto mais você lê, mais você tem prática, você lê mais rápido, como eu leio”, conta. Nesses últimos anos, Duda passou a compartilhar suas experiências na internet, em um blog e também em redes sociais. “Eu nunca imaginei. Só tinha feito isso e não esperava que as pessoas retribuíssem o meu trabalho”, diz. “Eu só escrevia para as pessoas olharem, verem se gostavam do livro e talvez comprassem. Mas as pessoas começaram a me indicar livros, pedir para fazer resenhas de livros, e eu fazia enquetes, lia em conjunto, tinha uma pessoa que queria ler um livro e eu lia junto com ela, a gente debatia. Agora eu estou interagindo bastante com as pessoas que gostam de ler no meu Instagram”, acrescenta. A incentivadora de Duda faz de tudo para manter a filha rodeada pelo que ela mais gosta. “Ela prefere livros, então, em vez de ter roupas de marca, tênis, ela escolhe livros, sempre. Compro parcelado, procuro sebo, troco com amigas, a gente vai tentando”, conta a mãe Angélica Fassina. A adolescente elenca os motivos de gostar tanto de ler. “Eu acho que quem lê tem mais vocabulário, mas eu acho que eu fico mais criativa com as leituras, eu consigo pensar em histórias, criar teorias dos livros. Acho que desenvolve uma parte da mente que as pessoas que não leem não desenvolvem muito”, analisa. Uma ida à Feira do Livro de Porto Alegre, que vai até o próximo dia 19 de novembro, faz Duda se sentir no paraíso. A reportagem da RBS TV acompanhou uma ida dela ao local. Para especialistas que circulam pela feira, o fascínio de Duda pelos livros é resultado do incentivo à leitura. “É preciso que desde a barriga a criança seja estimulada com leitura de histórias, contação, que a família converse com esse bebê dentro da barriga, banhe essa criança de histórias. Depois que ela nasce, é fundamental que se continue essa prática (…) Contar como foi a origem do nome da criança, contar outras histórias da família, que seja livre e circule no ambiente familiar, para que ela tenha essa referência quando chegar à escola”, sustenta a coordenadora do Núcleo de Formação de Mediadores da Câmara Rio-Grandense do Livro, Ana Paula Cecatto. Fonte: G1
Artigo: A falência do livro didático
por Marisa Midori Deaecto é historiadora, profª. da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e drª. Honoris Causa da Univ. Eger, Hungria “A família Ribeiro vive em um sítio, onde planta cana-de-açúcar. Toda a produção de cana-de-açúcar do sítio dessa família é vendida para uma fábrica da cidade. Na fábrica, a cana-de-açúcar é transformada em açúcar. O açúcar consumido na casa da família Ribeiro é fabricado, na cidade, com a cana-de-açúcar plantada no próprio sítio da família Ribeiro.” (Buriti – Geografia, 3. Organizadora: Editora Moderna. Obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. São Paulo: Editora Moderna, 2013, p. 105.) Triste paisagem Daqui a alguns anos com um pouco mais de sorte e se o livro didático assim o permitir, a mesma criança que passou por esse capítulo será introduzida em uma outra realidade socioeconômica: a da grande propriedade agroexportadora. Sabemos que o plantio da cana e a produção de açúcar constituem, desde suas origens no Brasil colonial, um complexo fundado na casa grande, na senzala, no latifúndio e no engenho. A chegada da usina e, hoje, da grande indústria açucareira não alterou estruturalmente essa unidade. Leitores de José Lins do Rego, particularmente do “ciclo da cana-de-açúcar”, vão se lembrar de que os romances se iniciam no engenho e terminam quando este se encontra de “fogo morto”. O autor retrata a decadência do Nordeste açucareiro, nos anos de 1930, mas não a mudança da estrutura fundiária dessa região. Hoje o Estado de São Paulo desponta como a grande potência brasileira na produção de açúcar e álcool. No entanto, as tecnologias não romperam com um sistema de produção fundado na tríade: monocultura em larga extensão – ou seja, baseada no latifúndio, usina transformadora de matéria-prima em produto industrializado e mão de obra assalariada. Nessa triste paisagem, o sítio da família Ribeiro, tal como descrito na citação anterior, não passaria de uma quimera. Se inserido em um debate mais amplo sobre a estrutura fundiária e a exploração do trabalhador rural, esse modelo bem se apresentaria como uma solução para o problema da desigualdade no Brasil. No entanto, o capítulo trata da relação entre campo e cidade! Para quem visita Ribeirão Preto, a paisagem diz mais do que palavras. Nessa região, estradas simples são tomadas por caminhões pesados, abarrotados de cana-de-açúcar. O tráfego é lento, pois esses veículos devem suportar duas ou até três carrocerias, donde os nomes “Romeu e Julieta” e “treminhão”. Ora, seria inimaginável pensar que esses caminhões pudessem adentrar nas rodovias para levar a cana à indústria situada na cidade. Não, eles trafegam em estradas vicinais, pois o transporte consiste em levar a cana da lavoura, a qual ocupa quilômetros a perder de vista, até a usina. Não é o só o fator logístico que justifica essa composição. Mas não é esse ponto. Mercado editorial x escola Livros didáticos movimentam a porção mais expressiva da indústria editorial brasileira, em exemplares produzidos e em capital gerado. Segundo os dados apurados pela Fipe, em 2016 o subsetor de didáticos foi responsável pela impressão ou reimpressão de 12.065 títulos, ou o equivalente a 220.458.397 exemplares. Em títulos, ele fica abaixo dos livros científicos, técnicos e profissionais (13.719) e de obras gerais (19.370), que abarcam um universo muito abrangente, excetuando apenas os religiosos (6.665). Porém, se considerarmos as tiragens, ou seja, os exemplares impressos, concluímos que a produção anotada no subsetor de didáticos supera a soma dos outros três subsetores (obras gerais + religiosos + CTP = 206.729.696). É preciso considerar, ainda, seu potencial de mercado, pois as vendas se destinam às escolas públicas (governo) e ao ensino privado. Diante dessas cifras, não é difícil concluir sobre sua força mobilizadora na indústria editorial e gráfica do Brasil. Isso não se dá sem consequências. Cumpre ressaltar que os livros didáticos criaram sua própria rotina no mercado e no universo escolar. As relações contratuais que demarcam a figura do autor e a do editor, seguindo um modelo multissecular de garantia do copyright, foram simplesmente abolidas em função da ideia de um novo projeto coletivo. Tal perspectiva podou a formação de novas gerações de autores surgidas na sala de aula ou nos quadros universitários. Para citar alguns nomes que marcaram época, pensemos em Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr., Massaud Moisés, José Jobson Arruda, Carlos Guilherme Mota, Leo Huberman, Melhem Adas, José Dantas –, sem contar autores não menos clássicos nas áreas de Matemática, Biologia, Física e Química – foram substituídos por inscrições aparentemente democráticas, a exemplo do livro em questão: “Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela editora Moderna”. Um único nome impera, soberano e onisciente na folha de rosto: o da “editora executiva”. Ora, publishers não escrevem livros. Editores também não os escrevem. Por trás dessa aparente democratização que dilui a figura do autor em nome de uma coletividade, senão, de um projeto pedagógico, todo o sistema educacional é colocado em xeque. Afinal de contas, são as escolas que desenvolvem projetos pedagógicos, não as editoras. Da mesma forma que são os autores que propõem metodologias de ensino, expressam suas visões de mundo, elaboram sistemas interpretativos. E, finalmente, cabe ao professor desenvolver seu próprio senso crítico e decidir, pela razão, sobre o melhor livro a ser adotado. A culpa é de quem? Ao engajar a comunidade escolar com pacotes completos de ensino, professores e alunos se tornam títeres de um sistema educacional fadado ao malogro. Coordenadores pedagógicos, sobretudo no sistema privado, desempenham o papel de gestores. Professores são engessados em métodos e cursos de complementação profissional que se resumem a lhes ensinar como empregar o livro didático em sala de aula. Alunos são conduzidos a deglutir conteúdos lúdicos, coloridos, mas cujos equívocos podem comprometer, no presente e no futuro, suas formas de entendimento do mundo e da ciência. Enquanto isso, a formação docente é acachapada por cursos rápidos de licenciatura que mais se assemelham ao imenso moedor de carne evocado nos anos 80 por Pink Floyd. Mas a culpa, nesse caso, não é dos professores! A culpa é de uma máquina de produzir
Inep aprimora instrumentos de avaliação de cursos e instituições de Educação Superior
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) adotará novos instrumentos de avaliação externa para o monitoramento da qualidade dos cursos de graduação presenciais e a distância, assim como das Instituições de Educação Superior. Uma portaria publicada no Diário Oficial regulamenta os procedimentos de competência do Instituto referentes à avaliação de instituições de educação superior, de cursos de graduação e de desempenho acadêmico de estudantes. Os instrumentos já tinham sido publicados, por meio de portaria, em 31 de outubro de 2017. A previsão é que comecem a ser usados a partir de março de 2018. É responsabilidade do Inep, por meio da Diretoria de Avaliação da Educação Superior (Daes), conceber, planejar, coordenar, operacionalizar e avaliar as ações voltadas à avaliação da educação superior, nas modalidades presencial e a distância, com base no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e à consideração das Escolas de Governo (EGov). O processo de reconhecimento e de renovação de reconhecimento abrange faculdades, centros universitários e universidades; públicas ou privadas; ofertantes da modalidade presencial ou a distância. Autorizações A partir da entrada das IES no Sistema Federal de Ensino, os cursos de graduação precisam dispor de autorização para iniciar suas atividades e receberem o reconhecimento, o qual possibilitará à IES emitir diplomas aos estudantes do Ensino Superior. Para ofertar educação superior as faculdades privadas devem solicitar ao Ministério da Educação (MEC) o seu credenciamento no Sistema Federal de Ensino. Depois, são submetidas ao processo avaliativo para obter o recredenciamento. Clique aqui para acessar o Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação Presencial e a Distância – Autorização Clique aqui para acessar o Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação Presencial e a Distância – Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento Clique aqui para acessar o Instrumento de Avaliação Institucional Externa Presencial e a Distância – Credenciamento Clique aqui para acessar o Instrumento de Avaliação Institucional Externa Presencial e a Distância – Recredenciamento Clique aqui para acessar a Nota Técnica Explicativa Praxis Softwares Gerenciais Você sabe que o i10 Corporativo e o i10 Jurídico, desenvolvidos pela Praxis, atendem às novas exigências do MEC? Acesse nosso site para saber mais: www.praxis.com.br. Fonte: Assessoria de Comunicação Social do INEP
UFRJ publica nova edição da Revista Conhecimento em Ação
A Revista Conhecimento em Ação (RCA) é uma publicação semestral do curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A publicação tem como missão proporcionar debates atualizados sobre questões de informação, no contexto da sociedade do aprendizado contínuo e assim contribuir para a disseminação e promoção de novos conhecimentos no campo da informação e tem a participação de pesquisadores de universidades nacionais e estrangeiras, bem como de alunos de graduação e pós-graduação. O periódico discute temas como: informação e conhecimento, cultura informacional, memória, tecnologias da informação, gestão de unidades de informação, usuários e usos da informação, comunicação e sistemas de aprendizagem, inclusão digital e social, competências em informação, entre outros temas relevantes para o campo da informação. A edição mais recente lançada e você já pode fazer a leitura dos artigos acessando este endereço.
Vem aí o III Seminário do Grupo de Pesquisa MHTX
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) convida todos os interessados para o III Seminário do Grupo de Pesquisa MHTX. O evento acontecerá nos dias 07 e 08 de junho de 2018, na Escola de Ciência da Informação da UFMG, das 8h30 às 17h30, e terá como tema “Perspectivas em Representação e Organização do Conhecimento: atualidades e tendências na relação universidade-empresa”. Estarão presentes convidados nacionais e internacionais como Dagobert Soergel (University of Bufallo), Hagar Espanha (RJ), Mariângela Fujita (UNESP), Maria Luiza de Almeida Campos (UFF), Carlos Henrique Marcondes (UFF) Renato Rocha (FGV), Nair Kobashi (USP), Gercina Lima (UFMG), entre outros. O Seminário está sendo organizado pelos membros do Grupo de Pesquisa MHTX que completa, em 2018, quatorze anos de pesquisa integrada. O evento é gratuito e as vagas são limitadas! As inscrições podem ser realizadas pelo Eventbrite.
Novo passo dado para a efetivação do Fundo Nacional Pró-Leitura
por Volnei Canônica A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei que cria o Fundo Nacional Pró-Leitura (FNPL), confirmando o texto substitutivo apresentado pelo deputado federal Rafael Motta (PSB/RN) em seu parecer como relator. Tenho certeza que esta notícia poderá causar algumas surpresas para a sociedade e principalmente entre as pessoas que trabalham na cadeia do livro (escritores, ilustradores, livreiros, editoras, bibliotecários, promotores de leitura e outros). Alguns até dirão, “Nunca ouvi falar deste Fundo”. Pois bem, gostaria de lembrar que este Fundo e principalmente este parecer do deputado federal Rafael Motta foi discutido algumas vezes em espaços públicos. Mas, infelizmente, não contou, como seria o esperado, com a participação do “povo do livro”. Desde que assumi o Programa Prazer em Ler, do Instituto C&A em 2011, batalhei, com o apoio de todas as bibliotecas comunitárias e escolares apoiadas pelo Programa, pela efetivação de algumas políticas públicas para a área do livro, da leitura e das bibliotecas. A criação do Fundo passou a ser uma meta. Começamos a questionar com parlamentares o porquê desse fundo estar parado, um fundo que deveria ter sido criado em 2004, conforme orienta a Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003. Aos poucos fomos ampliando a discussão, até que, Fátima Bezerra (PT/RN), na época, deputada federal, assumiu a relatoria deste projeto de lei. A partir daí conseguimos fazer audiências públicas na Câmara dos Deputados e começar a colocar “óleo na engrenagem”. Um novo período de eleições e Fátima assumiu o cargo de senadora. Criou-se, em 23 de abril de 2015, a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Livro, da Leitura e da Biblioteca (composta por deputados federais e senadores), com a coordenação conjunta de dois presidentes, a senadora Fátima Bezerra (PT/RN), no Senado, e o deputado federal José Stédile (PSB/RS), na Câmara. Este ato unificou as duas frentes parlamentares existentes: Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública (Câmara dos Deputados) e Frente Parlamentar em Defesa do Livro e da Leitura (Senado). Uma sábia decisão, já que não podemos pensar em Políticas Públicas de Estado que não estejam totalmente articuladas com os diferentes agentes e instituições fazedoras e promotoras do livro e da leitura. Em 2015, fui convidado para compor a mesa de lançamento da Frente Parlamentar Mista e neste ato conheci o jovem deputado federal Rafael Motta que havia assumido a relatoria do projeto de lei do Fundo. Na época o Instituto C&A promovia debates sobre políticas públicas, e tínhamos uma agenda bastante contundente de promoção destes debates na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty. Fiz o convite ao deputado para participar de uma mesa da Flip daquele mesmo ano em que abordaríamos a importância da criação do Fundo Nacional Pró-Leitura para a construção de um Brasil de leitores. A partir desta discussão foram criados vários outros espaços de audiência pública para discutir sobre o projeto de lei e ouvir as contribuições de toda a sociedade. Inclusive, realizaram-se audiências públicas nos anos de 2016 e 2017, na Câmara Municipal dos Vereadores de Paraty, também durante a Flip. A iniciativa de manter um espaço na Flip tinha o objetivo de ouvir principalmente os agentes envolvidos com a cadeia do livro. Não foi por falta de informação ou divulgação que a plateia da Câmara dos Vereadores se encontrava vazia, enquanto, na Tenda Principal da Flip se disputava “a tapa” um ingresso. É necessário que a área faça um mea culpa, já que existe muita reclamação e pouca participação. Talvez agora, nestes momentos de crise e retrocessos para a área da promoção da leitura, o povo do livro entenda que sua participação sempre foi necessária e fundamental para a construção das políticas públicas de Estado. Como diria minha avó, “quando a água bate na bunda a gente aprende a nadar”. Agora cabe a todos nós COMEMORAR este avanço, acompanhar o andamento dos próximos capítulos e, principalmente, participar de novos momentos e fazer o nosso papel de cidadão, incidindo, cobrando esta e outras políticas públicas para que possam avançar e estruturar a nossa área do Livro, da Leitura, da Literatura e das Bibliotecas. Para entender o projeto de lei O PL 1321/11 foi apresentado originariamente no Senado Federal e é destinado à captação de recursos para atendimento aos objetivos da Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003, que institui a Política Nacional do Livro. Em linhas gerais, o Fundo reunirá recursos para promover ações de fomento à leitura em todo o Brasil. Os recursos para o Fundo vêm do Tesouro Nacional, legislações vigentes e doações. Para gerir o FNPL será criado um colegiado que irá decidir sobre projetos e investimentos nas diferentes formas de promover o livro e a leitura. Tramitação Com a aprovação do PL na Comissão de Educação, o projeto que cria o Fundo Nacional Pró-Leitura será apreciado pelas comissões de Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Fonte: Publishnews
Você conhece os livros de séculos passados que inspiraram as magias de Harry Potter?
Cara a cara com o vilão Voldemort, Harry Potter recebe um feitiço com poder de matá-lo. Voldemort lança a magia dizendo “avada kedavra”, que nada mais é do que a forma em aramaico de “abracadabra”. Bem antes de a escritora J.K. Rowling usar o uso dessa palavra mágica nos livros da saga do aprendiz de feiticeiro (e não vamos aqui dar spoiler do que aconteceu na passagem acima, para quem ainda não leu os livros nem viu os filmes), o cientista Quintus Serenus, dos tempos do Império Romano, já registrava o seu poder na obra que viria a ser batizada anos depois de Liber Medicinalis. Na edição do século 13 do livro, uma relíquia, está lá descrito que a palavra “abracadabra” deveria ser usada como amuleto em volta do pescoço para curar a malária. Na primeira aula de poções que Harry tem na escola de magia Hogwarts, o professor Snape pergunta se ele sabe de onde vem um bezoar, uma espécie de pedra encontrada no estômago de animais, principalmente de cabras, que seria antídoto para essas substâncias com poderes mágicos. A referência a esse antídoto aparecerá várias outras vezes, até quando Harry o utiliza para salvar a vida do amigo Ron. Um exemplar de bezoar do século 17, assim como o livro que fala de abracadabra, são alguns dos objetos expostos em Harry Potter: Uma História da Magia, exposição em cartaz na Biblioteca Britânica de Londres até 28 de fevereiro de 2018. A mostra segue depois para Nova York. A exposição, que celebra os 20 anos do lançamento do primeiro livro da série Harry Potter, mostra como praticamente todos os elementos mágicos apresentados por J.K. Rowling apareceram centenas de anos antes em publicações históricas. Os curadores levaram mais de um ano pesquisando o acervo da biblioteca para encontrar essas obras. Plantas falantes Dividida em dez salas, com temas como alquimia, astronomia, herbologia, poções e criaturas mágicas, entre outros retirados da grade curricular da escola fictícia de bruxaria Hogwarts, a mostra traz um acervo de livros raríssimos da biblioteca, alguns com mais de 800 anos, além de objetos de arte e itens do museu de bruxaria e magia de Boscastle, na Cornualha. A parte dedicada às plantas tem publicações que são verdadeiras obras de arte, com as primeiras ilustrações de diversas espécies. Estão lá, por exemplo, desenhos de mandrágoras, as plantas com propriedades mágicas cujas raízes adquirem forma humana – há uma famosa cena do filme Harry Potter e a Câmara Secreta em que elas dão um escândalo ao serem retiradas da terra pelos alunos durante uma aula de herbologia. Além dos livros exibidos, há um exemplar de mandrágora do século 16, emprestado do Museu de Ciência londrino. Entre as publicações em destaque está Culpeper’s Complete Herbal, que cataloga várias plantas medicinais, datada de 1652. A autora J.K. Rowling conta ter comprado uma edição de segunda mão da obra para escrever sobre herbologia na saga de Harry. A sala da astronomia também se destaca com obras raríssimas mostrando os estudos das constelações e do início da astrologia. Está lá, por exemplo, a retratação da constelação Cão Maior, cuja estrela mais brilhante é a Sirius Black – é daí que J.K. Rowling tirou o nome de um dos personagens de Harry Potter. Os superfãs do jovem feiticeiro também encontram na exposição objetos específicos relacionados aos 20 anos da publicação do primeiro livro, como a primeira sinopse da história, rejeitada por várias editoras em 1991. Também são exibidos desenhos de próprio punho da autora, de como ela imaginava os personagens, a escola de Hogwarts, etc. Os rascunhos aparecem entre as ilustrações originais dos livros, assinadas por Jim Kay, espalhadas por todas as salas. Também está lá o bilhetinho de Alice Newton, com então 8 anos, que foi uma das “responsáveis” pela publicação do primeiro livro sobre Harry Potter, que àquela altura já havia sido esnobado por oito editoras. Seu pai, um dos fundadores da editora Bloomsbury, ainda estava em dúvida se publicaria o livro de Rowling quando levou a história para que a menina lesse. Após a leitura, ela deixou o seguinte recado ao pai, que pode ser visto na mostra: “A excitação nesse livro me fez sentir muito bem. É um dos melhores livros que uma pessoa de 8 ou 9 anos poderia ler”. Rata de biblioteca Em um documentário com o mesmo nome da exposição, produzido e exibido pela BBC, J.K. Rowling revela algumas das suas fontes de pesquisa para Harry Potter. Ela conta que um dos seus livros preferidos é As Crônicas de Nárnia: O Sobrinho do Mago, de Clive Staple Lewis, que narra a aventura de crianças pulando entre mundos da fantasia e realidade. Essas passagens a mundos diferentes, ela diz, são como estar numa biblioteca. “Eu era uma daquelas crianças de biblioteca.” A história da pedra filosofal, inspiração para o primeiro volume de Harry Potter, a escocesa retirou dos livros que falavam de alquimia e de Nicolas Flamel, que teria inventando a substância capaz de transformar qualquer metal em ouro e que ajudaria a fabricar o elixir para a vida eterna. Uma das peças mais impressionantes da exposição é um manuscrito de seis metros, com pinturas de criaturas mágicas e plantas, que ensina como fazer a pedra filosofal, do século 16. A lápide do túmulo do alquimista também está na mostra. “Sonhei que estava no estúdio do Flamel quando escrevi A Pedra Filosofal”, lembra. “O que me fascina na alquimia é que você tem essa mistura de ciências antigas e genuinamente científicas, que hoje reconhecemos como base para a química.” O cocurador da mostra, Alexander Lock, reforça no documentário essa ideia que permeia a exposição, de que ciência e magia caminham juntas. “A penicilina, por exemplo, é uma fórmula mágica. É uma mágica que realmente funciona”, afirma. Rowling, que vendeu mais de 450 milhões de cópias de seus livros sobre o aprendiz de feiticeiro, diz não achar que todas as pessoas deveriam crer em magia. “Mas não tenho certeza se eu acreditaria em alguém que não acredita.”